quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CRESÇA

Embora natural, crescer é um processo doloroso, afinal, não ganhamos um “manual de instrução para a vida” logo que saímos da maternidade. Crescer deixa marcas, cria medo, expectativa, dúvida. Praticamente uma auto-flagelação.

O incerto é que nos assusta!

Crescer dói porque deixa muita coisa para trás, faz o que era importante não ter mais nenhum valor, tira pessoas de sua vida, muda seus sonhos, seu rumo, seus pensamentos.

Crescer deixa um gosto de saudade do passado e, a incerteza do que vem pela frente.

Você começa a descobrir que o mundo não é tão perfeito e acolhedor. Algumas pessoas entram em sua vida, mas você precisa saber a hora de parar (mesmo que doa). Os sonhos já não são os mesmos, não que você tenha-os abandonado, mas você os transformou.

Crescer nos deixa inquietos e por vezes nos paralisa. Estranhamos a nós mesmos.

A vida te dá umas sacudidas, assim como sacudir o tapete para tirar a poeira. Então, você usa esta sacudida para selecionar o que ou quem ainda é importante, escolhe um caminho e segue em frente. No decorrer do caminho você cai, e novamente precisa ser forte e escolher se fica lá esperando passarem por cima, ou se levanta e começa de novo.

Crescer dói porque há sempre um novo processo, um novo começo, uma nova escolha. Sua única chance é não repetir os erros do passado, fora isso, você é sempre marinheiro de primeira viagem. Mas com o passar do tempo você consegue selecionar muito bem o que e quem vale a pena e, se precisar, você retira algumas coisas e deixa no meio do caminho, só assim para aliviar o fardo e ter mais espaço para o que é mais importante.

No final, é só você com você mesmo, mas importante é não ser o mesmo.

Paola Soares

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