Aos 23...

Às 09h25 do dia 23 de março de 1988, dei meu primeiro chorinho.

Com 01 aninho, mesmo sem saber bater palmas comemorei meu primeiro aniversário. Já andava e depois comecei a falar.

Com dois anos já segurava meu baldinho cheio de areia na praia e subia no braço do sofá para mexer na tomada (mamis ficava louca).

Aos 03 anos já passava batom.

Aos 04 já colocava os sapatos de salto da mamãe querendo ser adulta.

Com 05 anos entrei no jardim de infância e conheci minha primeira professora: “Tia Elza” e, quando ela teve que faltar, fiz maior escândalo porque não queria ficar na turma. A profe substituta foi demitida por minha causa e a diretora teve que sair comprar uma xupeta para mim.

Aos 06 anos fui para a pré-escola, conheci a “Tia Ana”, uma profe da voz doce e olhos azuis. Era um sacrifício ter que levar minha mamadeira dentro da lancheira e não deixar nenhum colega ver.

Aos 07 anos fui para a primeira série. Já me sentia gente grande. Lembro da profe Magali dizendo que agora já éramos estudantes de verdade. Não dava mais para faltar em dia de chuva.

Um pouco antes de completar 08 anos, veio a mudança de Jundiaí-SP para Ponta Grossa-PR. A dor de deixar a vó e o vô lá longe, sem poder ir na casa deles depois da escola. Daí também veio as palavras esquisitas: piá, vina, guria, “a de”, louco de bom, a mãe te quer...e tantas outras.

O tempo passou, e com 11 anos fui para a quinta série. Conheci a Sheyla e, até hoje carrego ela comigo.

Aos 15 anos tive o primeiro namorado.

Aos 16 anos mudei de colégio e conheci o Rafa (Tchoko), que também está comigo até hoje. Ah! E terminei o namoro...haha...coisas da vida.

Aos 17 anos queria fazer medicina, mas mudei de idéia. Passei no vestibular para fisioterapia. Conheci meu segundo namorado.

Com 18 anos fiz uma cirurgia complicada, mas depois deu tudo certo. Tirei até minha carteira de motorista.

Aos 19 anos ganhei meu primeiro carro.

Aos 20 anos dava ginástica laboral na Tetra Pak e adorava.

Aos 21 anos me formei. Sensação melhor não há!

Aos 22 comecei a trabalhar, ainda meio perdida. O ano mais difícil. Ano de virar realmente adulta. Mas consegui!

Aos 23...bom, aos 23 ainda estou fazendo muita história.

O tempo vai nos lapidando, dando forma aos nossos sonhos, colocando e tirando pessoas de nosso caminho, mas ele é infalível, crucial, sábio...

23 anos de muita história, alegrias, dificuldades, amores, amigos, decepções.

23 anos tentando ser o melhor que se pode ser.

23 anos vivendo...sorrindo...aprendendo...

Não houve nada, nenhum gesto, nenhuma palavra ou momento de onde eu não pudesse tirar um aprendizado, uma lição.

E a vida é isso...é o que se vive e só!